A Eli Lilly, uma renomada empresa farmacêutica dos Estados Unidos, anunciou planos para estabelecer uma grande fábrica de produção no oeste da Alemanha. O projeto, avaliado em 2 bilhões de euros (equivalente a 2,17 bilhões de dólares), representa um investimento significativo da Lilly no mercado europeu.
A Eli Lilly também é negociada na B3 através do ticker.
Esta instalação, que será o primeiro grande complexo de produção da empresa na Alemanha, reflete uma tendência crescente entre os fabricantes de medicamentos de localizar a produção mais perto dos mercados consumidores. Esta abordagem ganhou força após a pandemia de coronavírus ter revelado fragilidades nas cadeias de abastecimento globais.
De acordo com fontes familiarizadas com o projeto, a fábrica criará mais de 1.000 empregos, beneficiando também subcontratados e fornecedores na região. A Lilly, que não comentou oficialmente, agendou coletivas de imprensa em Alzey, local provável da fábrica, e em Berlim, para discutir mais detalhes.
O financiamento do projeto será integralmente realizado pela Lilly, impulsionado pela crescente demanda por seu medicamento para diabetes, Mounjaro. Além de diabetes, espera-se que o novo site também produza medicamentos para tratamento de obesidade, embora detalhes específicos sobre a produção ainda não tenham sido divulgados.
Alzey, localizada no estado da Renânia-Palatinado, é uma área estratégica perto de importantes centros farmacêuticos e químicos na Alemanha. A presença da Lilly na Alemanha remonta a 1960, com cerca de 1.000 colaboradores já atuando no país.
O investimento surge em um momento de tensão no setor farmacêutico europeu, com as principais empresas se opondo à redução do período de proteção para medicamentos genéricos proposta pela União Europeia. A Lilly, já com significativas operações na Irlanda, França, Espanha, Itália e China, adicionará a Alemanha à sua rede global de produção.
Este projeto em solo alemão se junta a outros investimentos de expansão da Lilly, totalizando mais de US$ 8 bilhões em locais como Indiana, Carolina do Norte e Limerick, na Irlanda.
A conferência de imprensa agendada para sexta-feira promete revelar mais sobre os “planos de investimento de longo alcance” da empresa, com a presença de ministros alemães da economia e da saúde.
O investimento auto-financiado da Lilly na Alemanha contrasta com outros grandes investimentos estrangeiros recentes no país, que contaram com subsídios públicos substanciais. Este movimento da Lilly pode ser visto como uma resposta positiva ao esforço do governo alemão em manter a Alemanha como um polo atrativo de produção industrial, especialmente diante dos desafios energéticos atuais.
O sucesso de Mounjaro, que contribuiu para um aumento de 37% na receita do terceiro trimestre da Lilly, reforça o valor de mercado da empresa, que disparou para cerca de 580 bilhões de dólares. Além do tratamento da diabetes, a Eli Lilly também se destaca no desenvolvimento de medicamentos para a doença de Alzheimer, estando na vanguarda de um mercado global de tratamentos anti-obesidade estimado em US$ 100 bilhões.
A aprovação do Mounjaro para uso mais amplo contra a perda de peso na União Europeia é esperada, embora na Alemanha os pacientes não diabéticos provavelmente terão que arcar com os custos do medicamento. A decisão da Food and Drug Administration dos EUA sobre o novo medicamento da Lilly para a doença de Alzheimer, o donanemab, é aguardada para o primeiro trimestre, com submissões a outros reguladores globais já em andamento.
Eli Lilly surpreende no segundo trimestre com vendas robustas de tratamento para diabetes
Fonte: ADVFN
