
Pesquisadores britânicos afirmam que encontraram a primeira droga que, comprovadamente, reduz a incidência de mortes pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com cientistas da Universidade de Oxford, em resultados apresentados hoje, houve redução de um terço das mortes em pacientes que precisavam de tratamento com oxigênio e receberam o corticoide dexametasona.
Segundo eles, um estudo que será publicado nos próximos dias mostra os resultados para 2.104 pacientes selecionados aleatoriamente, que foram medicados com a dexametasona, por via oral ou intravenosa. Eles foram comparados a 4.321 pacientes tratados convencionalmente. Os números mostram que a redução de mortes foi de 35% para pacientes que precisavam de tratamento com respiradores e 20% para os que precisavam de suporte de oxigênio. Não houve registro de que a droga seja eficiente em casos menos severos.
Entenda o que é esse medicamento, para o que é usado e muito mais!
O que é a Dexametasona? Para o que serve?
Corticoide para uso adulto e pediátrico, a Dexametasona é um remédio destinado ao tratamento de condições nas quais os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores dos corticosteróides são desejados, especialmente para tratamento intensivo durante períodos mais curtos.
Não sendo indicado para infecções fúngicas sistêmicas, hipersensibilidade a sulfitos ou a qualquer outro componente do medicamento e administração de vacinas de vírus vivo.
Contudo, seu uso deve ser feito por indicação médica.
Esse medicamento cura a Covid-19?
Ainda não existem comprovações cientificas sob sua eficácia no tratamento da doença e não é recomendado a automedicação.
Contudo, pesquisadores britânicos anunciaram que o medicamento supostamente reduz as mortes pela Covid-19 em 1/3. Corticoides agem reduzindo inflamações, um problema que é causado pela Covid-19, quando ela faz com que o sistema imune atue para tentar frear o coronavírus. A reação forte do sistema imune pode ser fatal, então, médicos começaram a testar esteroides e anti-inflamatórios em pacientes.
Este estudo é o mesmo que mostrou que a hidroxicloroquina não mostrava eficácia contra o coronavírus. 11 mil pacientes da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte foram tratados com os protocolos comuns ou com um dos seguintes medicamentos: hidroxicloroquina, dexametasona, um combo anti-HIV, azitromicina, tocilizumabe, ou plasma de pessoas que se recuperaram da Covid-19 e apresentavam anticorpos contra o coronavírus.
Tenho sintomas do novo coronavírus. Posso tomar a Dexametasona?
Não. O Reino Unido começará a administrar imediatamente dexametasona aos pacientes com Covid-19, mas ainda não é comprovada a sua eficácia. O medicamento também é objeto de estudos clínicos no Brasil.
A Coalizão Brasil Covid, esforço coordenado pelos hospitais Sírio Libanês, Albert Einstein, HCor, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa (BP) para testar diversas drogas candidatas, está recrutando voluntários no País para testar a droga em um estudo randomizado e com grupo controle também com pacientes com quadro severo da infecção pelo novo coronavírus.
Como o estudo ainda está em andamento, os responsáveis não quiseram apresentar nenhum resultado preliminar. A expectativa é que os resultados sejam divulgados no começo de agosto. Os medicamentos usados no estudo foram doados pela Aché Laboratórios, que produz o produto de referência da dexametasona no Brasil, o Decadron.
Contudo, a automedicação é contraindicada em qualquer situação, sendo sempre recomendado consultar um médico antes de tomar um medicamento.
Conclusão
O medicamento Dexametasona é um corticoide, indicado para o tratamento de condições nas quais os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores dos corticosteróides são desejados, especialmente para tratamento intensivo durante períodos mais curtos.
Seu uso está sendo estudado no combate ao novo coronavírus, mas nenhum estudo científico conclusivo foi publicado. Além disso, seu uso sem a orientação médica pode causar prejuízos a saúde, não sendo recomendado.
Desse modo, consulte sempre um médico e nunca se automedique.
Bibliografia
Bula
Fonte: Guia da Farmácia / UOL / Estadão
Fotos: Shutterstock